– Vamos acordar!
– Só mais cinco minutos Sarah.
– Levanta, levanta levanta.
– Você é muito inconveniente.
– Estamos atrasadas.
Enquanto a Aninha ainda se remexia na cama para dormir, eu, abri as cortinas e as janelas, deixando o sol entrar. Foi necessário acender as luzes também.
– Cara, o sol nem apareceu direito. O que cê quer me acordando há essa hora?
– É porquê, vamos passar na casa da Patrícia ainda.
– Mas é longe.
– Desde quando quatro quadras é longe? Você está é me enrolando.
– Ok, levantei. Satisfeita?
– Muito.
Primeira parte do meu plano estava cumprida já, acordar a Aninha dessa vez nem foi difícil. Achei que ela iria ficar me enrolando por mais tempo. Tomamos banho, comemos rapidamente e saímos na hora certa. Não podíamos nos atrasar para a escola.
Mina irmã, passou o caminho até a casa da Patrícia, me perguntando qual o motivo de tê-la acordado muito cedo. Ela estava certa. Exagerei um pouco, quando chegamos no casa da Patrícia a mesma ainda estava trocando de roupa.
Seu pai que nos recebeu e falou que a Patrícia havia dito que assim que chegasse era para eu ir ao seu quarto. E foi isso que fiz. A Aninha ficou na sala enquanto fui vê-la.
– O que acha dessa calça?
– Bonita, mas prefiro você sem nada.
Caímos na risada. Ganhei até uma beijo seu. Ficamos namorando um pouco. Um beijo a cada peça de roupa vestida e até despida. Quando ela finalmente conseguiu vestir uma roupa, fomos ao encontro da minha irmã.
No caminho da escola foi que abri o jogo para as duas.
– Vocês devem estar se perguntando o motivo disso tudo. Então irei dizer.
– Qual foi?
– Ontem, depois que você, Patrícia, foi pra casa, liguei para a Camila. Sei que foi precipitadamente a ligação. Só que, vamos nos encontrar com ela no terreno baldio, após a aula.
– Você está louca? Sarah, ela vai te partir ao meio.
– Aninha, entenda. Mais cedo ou mais tarde isso tinha que acontecer. Apenas não consegui esperar muito tempo. Estou decidida, vou tirar essa história a limpo hoje!
– Por que você não me falou antes? Amor, eu podia ter falado calmamente com ela.
– Ela apenas quer nos ver caídas. Você não podia ter se rebaixado ao nível dela.
– Eu sei, mas preciso de vocês.
– Olha, vamos ajudar sim. Agora sem brigas bobas.
– Pois é, não sei brigar.
– Não, para tudo. Tu arruma a briga e não sabe brigar. Só você mesma, Sarah.
Nunca pensei que acabaria em briga, por isso chamei a Camila para resolvermos essa história logo.
A manhã toda foi estranha, Patrícia quase não falou comigo, tenho certeza que foi por causa da minha atitude esdrúxula. Quem ganhou com todo esse silêncio foi a Camila, pois dava pra ver ela comemorando vitória antes da hora.
O sinal tocou, a aula acabou.
– Pronta para ser derrotada? Não demore muito arrumando suas coisas. Já estou a caminho do terreno.
Camila falou rapidamente e saiu em seguida. Me assustei, não esperava que ela aparecesse do nada e falasse não meu ouvido.
– Amor, o que ela te disse?
– Nada demais. Vamos?
– Vamos, sua irmã já deve estar nos esperando no corredor.
– Estou te achando meio tensa, Sarah.
– Deixa ela Aninha.
– Quer falar alguma coisa?
– Meninas, eu não sei o que fazer. E se ela vier pra cima da gente? E se a turma dela estiver por lá? E se…
– E se nada, amor, entenda, estamos todas juntas nessa. Deixa comigo. Vamos resolver isso rápido. Não tenha medo, eu estou aqui. Quer dizer, estamos aqui!
– Já estava pensando que vocês tinham desistido. Demoraram hein, tudo medo.