Segunda-Feira 25/12
Rebecca acordou, enviou uma mensagem convidando Vicky para tomar café da manhã:
– Acabou de completar 16 anos e já está com hábitos de velhos – Disse Vicky.
– Adoro ler jornais, eu tenho que saber o que está acontecendo no mundo. Você está triste?
– Meus pais estão se separando pela décima vez, vou ter que morar com minha mãe fora do país.
– Quando? – Perguntou Rebecca preocupada.
– Dia 02 de janeiro. Minha mãe esperou o fim do ano letivo, depois quis esperar o natal e agora decidiu que será após o ano novo – Vicky entristeceu.
– Por que não fica com seu pai? – Disse Rebecca de modo sensível.
– Ele está num novo relacionamento. Logo será recém-casado. Filhos só atrapalhariam.
– Sua mãe acha que você é gay – Disse Rebecca.
– Minha mãe acha muita coisa – Vicky esboçou um leve sorriso.
– Você gosta mesmo de garotas, ou quer apenas chamar a atenção? – Disse Rebecca.
– Eu tenho apenas 15, quer dizer 16 anos, tudo é passageiro. Apenas selinhos sem rótulos.
– Eu tenho que me manter na linha, para poder morar sozinha até final do ano que vem.
– Se eu ficasse por perto, acha que te prejudicaria? – Disse Vicky.
– Eu não sei. Um ano é muito tempo, podem acontecer muitas coisas. Sua mãe me odeia.
– Posso te fazer uma pergunta, quer dizer, duas perguntas? – Vicky sorriu.
– Sim – Disse Rebecca simplesmente.
– Quer namorar comigo? – Disse Vicky com convicção.
Rebecca sorriu.
– Namorar você, seria rotular nossa (longa pausa) “amizade”.
– Eu vou ficar longe por um ano, quando eu voltar vamos morar juntas, na sua casa – Rebecca se assustou com a determinação de Vicky.
– Daqui a um ano você nem se lembrará de mim – Disse Rebecca com ternura.
– Vou te enviar e-mails todos os dias, e te ligar com frequência, viva a tecnologia. E ainda temos alguns dias, podemos nos divertir. E encontrar algo inesquecível.
– Não gosto de traçar planos futuros. Vivo o agora antes que o dia acabe – Disse Rebecca.
– Eu gosto de planejar o futuro, visualizar cada dia. Eu queria dormir hoje e acordar com 18 anos. Minha casa parece um circo, uma festa interminável, alegria artificial desde ontem.
Rebecca se aproximou de Vicky, sentiu que aquele era o momento para finalmente dar o primeiro beijo de verdade, Rebecca percebeu que Vicky era boa com as palavras, mas que na realidade talvez ainda nem tivesse dado o primeiro beijo. Rebecca beijou-a delicamente, Vicky que respondeu na mesma medida.
Após o primeiro beijo o clima ficou silencioso, para dizer o mínimo, como se Vicky esperasse algo mais intenso como os diversos beijos que assistiu em filmes, séries e documentários com temática lgbt.
Vicky olhou para Rebecca, e sua expressão tranquila fez com que Vicky tocasse levemente em seu rosto, Vicky sorriu e beijou Rebecca com um pouco mais de intensidade, Rebecca retribuiu na mesma medida, passou as mãos nas suas costas, Vicky debruçou sobre ela.
Rebecca decidiu inverter as posições. O olhar brilhante de Vicky ao invés de excitar Rebecca, causou um efeito contrario. Uma voz em sua cabeça dizia que ela deveria ir com calma. Estava disposta há esperar o tempo que fosse necessário para ter Vicky totalmente entregue em seus braços.
Nossa senhora..rsrs.
Ótimo