O moleque tem estilo e marca presença. Isso ninguém pode negar. Desde o ano passado, quando abria o show do Racionais MCs e gritava “boy, quero ser seu man”, Rico Dalasam, nascido Jefferson, tinha chegado para mudar o cenário do hip hop brasileiro.
Desde então, ele assumiu o rótulo de primeiro negro assumidamente gay do rap brasileiro e recebeu elogios de Criolo e Mano Brow, grandes nomes do estilo musical no Brasil.
“O rap é uma padaria, é um balcão. Quem tá dá do lado trabalhador (DJs, bboys, MCs etc) te respeita de alguma forma pelo trabalho. Quem tá do lado de lá, o público, nem sempre. Tem uma galera aí que não tem essa educação sobre diversidade e está escandalizada com a minha existência”
Nascido em São Paulo e com 25 anos, Rico chama atenção pelo visual cool e completamente diferente do que estamos acostumados a ver (diga-se de passagem, ele tem muuuito estilo). O paulistano usa saia kit, cabelo escovado, jaquetas brilhosas, bonés e meias coloridas. Um verdadeiro criador de tendências!
Seu primeiro single, “Aceite-c”, que fala sobre a diversidade sexual, foi chamado de ousado pelo rapper Mano Brow e Criolo foi direto após ver o clipe: este é o caro. O refrão da música tem um recado bem claro: “outro não dá pra ser, sem crise, sem chance, uma dica: aceite-c”.
Rico vai lançar seu primeiro álbum, “Modo diverso” com cinco faixas e com divulgação independente (com a ajuda de todos nós). O artista afirma que quer se tornar o primeiro rapper assumidamente gay do Brasil a fazer sucesso. Ele continua na batalha e sabe que o caminho é difícil, mas acredita que a sociedade está pronta para saber que gay e rapper podem ser a mesma pessoa.