D. Célia saiu da casa de Andreia quando a noite já aparecia. A filha ainda insistiu para que ela ficasse até Carol chegar. Estava doida para que elas se conhecessem logo. Mas D. Célia não tinha contado a ninguém que estava ali e com certeza seu Damião iria ficar preocupado com o sumiço da esposa. Mas ficou a promessa de se reverem outro dia e finalmente apresentarem Carol e D. Célia.
– Mãe, obrigada por ter vindo.
– Eu estava com tanta saudade, astronauta…
Andréia riu sem graça do apelido
– Esse apelido faz mais sentido do que nunca hoje. Nunca vi você tão feliz e sorridente como está, parece realmente estar no mundo da lua o tempo todo.
– Deve ser esse tal de amor, mãe.
– Que esse sentimento, seja ele qual for, esteja com você por muito e muito tempo
– Mãe, preciso te pedir uma última coisa.
– Eu acho que já imagino, mas pode falar
– Conversa com o pai. Estou com saudades dele e quero vocês por perto nesta nova fase da minha vida.
– Minha querida, você sabe como ele é…mas eu prometo que vou conversar com ele, tá bom?
– Obrigada, mãe. Por tudo.
As duas se abraçaram e D. Célia foi andando em direção à porta do apartamento da filha. Andréia foi acompanhando a mãe e rindo enquanto curtia toda aquela maravilha de sentimento que invadia seu peito.
Andreia foi com a mãe até a porta do elevador e antes de D. Célia descer, ela fez uma última pergunta:
– Filha, a Carol não é vegetariana não, né?
Andreia caiu na gargalhada e confirmou para a mãe que Carol não tinha os mesmos hábitos alimentares de Diana. D. Célia sorriu, relaxou e seguiu seu caminho no elevador.
Andreia voltou para o apartamento com ares de quem tinha recuperado uma boa quantidade de anos perdidos. A relação com a sua mãe sempre foi uma pedra no sapato de sua vida.
Ainda exalando felicidade, Andreia aproveitou o dia de folga, tomou um bom banho e foi buscar sua namorada no trabalho. Estava no clima de comemoração. Era só terça-feira, mas era a noite perfeita para o casal sair junto.
Estou te esperando aqui fora, não demora. Andreia avisou Carol e não deu nem tempo de desligar o telefone direito, a menina já aparecia andando em passos acelerados pelo corredor de saída do shopping.
– Está tudo bem, amor? Sua mensagem estava apressada.
– Melhor impossível! Vamos sair para jantar
– Imagino que seja uma comemoração devido ao enorme sucesso do almoço com sua mãe.
– Acertou. Na mosca.
– Então ótimo, pois também preciso comemorar.
– O que?
– Primeiro, vamos andando. Estou com fome!
Carol também tinha ótimas notícias, mas deixaria a sua comemoração para depois. Queria saber tudo sobre o almoço de Andreia com a mãe. A semana mal começou e as coisas já andavam maravilhosamente bem.