Duda acordou com o barulho da porta e foi ver o que era… Desceu as escadas e encontrou Anna na sala, arrumando o sofá para dormir ali.
– O que houve? – perguntou a menina, ainda com cara de sono.
– Não houve nada, Eduarda! Nada.
– Na verdade é só Duda mesmo… Não é apelido! – Duda deu um sorriso um pouco sem jeito.
– Que seja!
– Ei… Por que você está me tratando desse jeito? Vai com calma!
– Olha, me desculpa! Não é nada com você! Volta a dormir com a sua namoradinha.
Essa ultima frase fez Duda entender parte da irritação de Anna.
– Olha, se você está falando da minha irmã, acho que ela pode continuar dormindo sozinha lá em cima enquanto a gente conversa aqui embaixo!
– Irmã?! – Anna perguntou cabisbaixa. A voz quase não saiu.
Duda percebeu que a menina não estava bem e se aproximou para abraçá-la. Um abraço quente, desses que confortam e arrancam suspiros de alívio. O silêncio imperava e só ali, naquela união de corações se ouvia e sentia a respiração forte de uma e calma da outra. Ficaram ali até entrarem na mesma sintonia.
– Me desculpa por ter falado com você daquele jeito… – Ainda no abraço, Anna sussurrou no ouvido de Duda.
– Tudo bem… Eu sei que você está passando por uma fase difícil! E você pode contar comigo pro que precisar. Já disse que gosto de você, sinto um carinho muito grande! Mesmo te conhecendo a tão pouco tempo…
– Obrigada por isso…
E assim que soltaram o abraço, Duda a convenceu de subir e dormir no quarto. Elas dormiriam mais uma vez juntas, agora, na cama de solteira de Anna. Quando já estavam deitadas e as luzes já apagadas, Duda aproximou seus lábios aos lábios de Anna e com toda calma e naturalidade deu um beijo quente e envolvente que durou longos minutos. A noite terminaria ali.